terça-feira, 19 de abril de 2011

Quem sou


Tenho 0,25 de astigmatismo no olho esquerdo e 0,50 no direito (o que aliás me deixa prostituto da vida, por que eu tenho problemas com assimetria), tenho 115 de Q.I., segundo um teste seríssimo realizado pela internet, sou letárgico e confuso, sofro de transtorno obsessivo compulsivo, mas estou me tratando, para quem não sabe é aquela doença que faz com que você pareça estar assentando azulejos portugues ou pulando amarelinha na maior parte do seu tempo por que senão alguém querido morre, nas horas vagas eu vivo. Tenho fobia social (também conhecido como "caipirice patológica"): se eu falo em público minha traquéia começa a fechar e eu começo a morrer...
Meu equilibrio emocional sofre de labirintite.
Sou desastrado, coordeno meus movimentos tão bem quanto coordeno um trator.
Quando estou sozinho tento mover as coisas com o poder da mente (embora tenha parado depois de quase sofrer um aneurisma), mas acredito que Deus não daria um poder desses para uma pessoa como eu, eventualmente eu acabaria usando pra fazer graça num happy-hour qualquer...
Vivo dando bola fora e só percebo isso quando me contam ou quando surgem as consequencias, as vezes sinto que ganhei meu bom senso como premio de consolação em uma partida de bingo de 5ª. Tenho dislexia e "lápsos" de disturbio de concentração, sou acrofóbico. Estou com depressão pós-parto, nunca mais fui o mesmo desde quando minha mãe deu a luz a mim.
Fiz 3 anos de escola de futebol e só marquei um gol (contra), acabei sendo promovido gandula, eu não nasci pra viver.
Sou o tipo de pessoa que meus pais falam pra eu não andar junto. Odeio futebel, adoro história, literatura, arte, poema, enfim, acho que vou devolver meu pinto pra Deus, por que eu não tô mais conseguindo ser homem. Minha infancia foi razoavelmente infeliz (pelo menos é assim que eu me lembro dela) e meu maior medo quando era criança era de insetos parasitas em particular do Barbeiro, se pudesse passava a infância com uma roupa de apicultor, não possuo uma auto-estima exemplar, sou paranóico e possuo diferentes tipos de neuroses. Adoro crianças, embora elas tenham medo de mim (e eu delas). Converso com objetos inanimados e comigo mesmo mais do que com pessoas e ocasionalmente acho que estou com alguma doença séria, mas não sou hipocondriaco, hipocondria não é doença séria. Não gosto o bastante de mim para sentir pena de mim mesmo. Costumo confundir creme de leite com leite condensado e um dos maiores mistérios da vida pra mim é saber se devo ou não devo dar gorjeta pro sacoleiro no supermercados e por que plano de saude não cobre tomografia. Tenho pânico de 3 frases que eu espero nunca ouvir na vida: "Eu não te amo mais...", "você está preso..." e "é maligno..." e até pouco tempo atrás "acabou a cerveja".
Tenho um grande medo da morte, morrer é a última coisa que eu quero na vida e ela só vai me levar por cima do meu cadaver!
Odeio piadas sobre "pavê", conversas sobre o clima, pessoas que dizem uma verdade irrelevante sobre outra e ainda quer pagar de genuína e diz "desculpa aí pela honestidade" quando na verdade foi um babaca, filmes cujo protagonista é um cachorro, filmes cujo protagonista é um cachorro que FALA!
Minha meta na vida é poder transformar meus problemas em experiencias, mas são minhas experiencias que se transformam em problemas.
Mas apesar dos pesares sou feliz quando me permito e a vida algumas vezes é insuportavelmente maravilhosa, apesar de que na maioria das vezes pareça mais um concurso de idiotas (não que eu também não esteja participando).
Minha vida é, na medida em que Deus permite, do jeito que o Diabo gosta...
Sou uma pessoa irritantemente legal, mas já me peguei sendo egoista, arrogante, mentiroso, prepotente, me achando melhor do que muita gente. Gente da qual sou farinha do mesmo saco. E hipócrita. Mas quem me disser que nunca foi estará sendo de novo assim que terminar a frase.
E por fim, procuro uma mulher com a auto-estima parcialmente dilacerada, alguém com quem eu me sinta 89% à vontade e que fique bem de moleton para relacionamento sério...

Ou... talvez eu não seja nada disso. 

Talvez eu esteja preso a uma lembrança, como a uma carapuça carcomida pela acidez da memória de algum outro que fui. Mas o que importa neste momento inevitável em que nos encontramos é saber:
E você? Quem você pensa que você é?