terça-feira, 4 de junho de 2013

Eu, que 15% de mim aos Domingos de manhã é profeta do apocalipse. 
Eu, que me sinto mais perfeito quanto menos me percebo. 
Eu, que no silencio pressinto uma sombria desventura ao mundo. 
Eu, que sou mais triste do que útil.
Eu, que busco morrer mais leve do que nasci.
Eu, que vim do fundo do barro e que hoje me enrosco em fibras óticas. 
Eu, que sou capitão de um continente em motim a deriva.
Eu, que tropeço nas fronteiras das cartas geográficas. 
Eu, que possuo meus alvarás de existência em dia.
Eu, que patético me concebo o herói hipotético.
Eu, que nasci com nome, número e cú atarraxado na carne.
Eu, que igual a todos suporto uma alma que sofre de amplitude e que não se cabe muita coisa.

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