quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Doce impacto

E o sol proclamou cada vida uma raça única em expansão, uma equação que dançava sobre a matemática viva.

E a ciência deitou na margem de um Deus desconhecido que derramou das catedrais.

Além dos portões que não havíamos visto, reinventamos o fogo e descobrimos na água sua verdadeira natureza num pacto de silêncio profundo.

Tempo era o nome dado ao vai e vem das cores que transportávamos pelas estações e era medido em soluços que ecoavam de nossos metais para se desmanchar universo afora.

A sombra dos deuses era de concreto e alta e aproximava e afastava o céu. Guardava em si os mistérios que se desvendou em nós. E já não era uma ameaça. E nos esquecemos enfim, que éramos os demônios que havíamos criado no jardim do ego e que perseguíamos nossas próprias caudas.

Nossas vontades, agora puras, vasculhavam a intimidade das coisas por dentro e nosso trabalho era uma mistura de dança com algo que se desprendia no consentimento de nossos olhares.

Demos outras funções às nossas mãos. Funções abertas. Tocávamos e levávamos algo que não saía e as impressões cresciam e acumulavam-se por baixo de nossas peles.

Ofegante e sempre, misturando-nos.

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